(Sabe quando vc se encontra com um texto que gostaria de ter escrito... pois é... Este tive que "roubar" do Blog do meu amigo Serjão... vale a pena saborear...)
Recordo-me agora de quando comecei a minha trajetória de liderança cristã. Muita energia, muita vitalidade, muitos sonhos, muita dedicação, mas também muita exposição, muito vacilo, muitas realizações e planos de coisas que eram sem sentido (sabe aquele negócio de fazer algo porque alguém fez e deu certo?). Era uma espécie de aloprado bem intencionado.
Conforme o tempo passa na liderança, você começa a criar um certo “traquejo”. Já não alopra tanto, passa a aprender a realidade dos liderados e a contemplar a visão que Deus quer para o trabalho, aprende a melhor reagir e começa a de fato proagir. Esse traquejo adquirido oriundo da trilha da experiência pode tornar você um grande burocrata da liderança cristã. Sabe a hora de falar e de se calar; agenda e dirige reuniões como ninguém, mas sinceramente, olhando para trás, você se percebe sem fogo, sem aquela paixão. Aquela motivação inicial se foi. E agora você está a frente de um grupo, liderando-o de modo burocrático, talvez até por força da responsabilidade que você sempre teve com as coisas.
Para você que se encontra assim quero dizer algumas coisas:
a) liderança cristã exercida de modo burocrático ao invés de trazer menos peso, traz na verdade mais carga. Isso porque a vida cristã não abre mão da coerência. Não é só fazer aquilo que é certo, mas ter a intenção de fazê-lo! E liderar pesado, com carga, desmotiva o líder e também o grupo. Há grupos que não saem do lugar porque seus líderes se arrastam. Ora, não é isso que Deus quer para você! Por isso dê uma parada no seu ritmo de vida e busque incessantemente ao Senhor para que Ele indique a você o que fazer;
b) mude a sua visão sobre seu grupo. Olhe para as pessoas não como cargas, mas como gente, como ovelhas que precisam de cuidado (At.10). Um dos sinais da burocratização da liderança cristã é quando tornamos pessoas em coisas. Não faça isso meu caro líder! Lembre-se que Jesus morreu por cada uma delas! E Deus não abençoa liderança que não ame!
c) Por falar em amor…volte ao primeiro amor (Ap.2:4). Volte àquela empolgação do início (faça um “flashback”) e misture-a com a maturidade que você agora tem. Volte também ao vigor espiritual, à sede de Deus e da Sua Palavra, e reconheça quem sem Jesus, “nada podemos fazer” (Jo.15:5). Não confie em sua capacidade e desenvoltura. Não confie em seu carisma e no seu prestígio. Confie e dependa sinceramente de Jesus;
d) Por fim lembre-se de colocar amor (eu já ia dizer “sazon”…) em cada ação que você vier a fazer. Qualquer ação, por mais nobre que seja ou pareça, se desenvolvida desprovida de amor ela torna-se sem sentido (ICor.13:1-3). Não adianta ligar para as pessoas se não tiver amor a Jesus e por elas; não adianta abraçá-las, cumprimentá-las, orientá-las se essas ações não forem feitas em amor e por amor. Enquanto houver amor, dificilmente haverá burocracia. A visão técnica e árida da vida não consegue coexistir onde haja amor;
e) Renove a sua visão constantemente. Não fique mergulhado somente naquilo que se apresenta a você mas olhe para frente (novas perspectivas), olhe para cima (para um Deus que lhe renova forças (Is.40), e olhe para os lados afim de não deixar ninguém pelo caminho. Renove sempre a sua visão. E peça ao Espírito Santo para que ajude você a fazer isso (II Reis 6; I Corintios 2).
Ao final desta reflexão, desejo que você lance para longe toda e qualquer forma de liderança que subsista de modo burocrático. Não foi para sermos técnicos que Jesus nos chamou. Foi para vivermos com vida, e em vida!
Com carinho,
Pr.Sergio Dusilek